segunda-feira, dezembro 31, 2018

Porto Seguro Rir,rir muito na terra
Pois é, pois é
Há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor, o que vai dizer
Segunda feira

quarta-feira, dezembro 19, 2018

“Cada palavra é dita para que se não oiça outra palavra. A palavra, mesmo quando não afirma, afirma-se. A palavra não responde nem pergunta: amassa. A palavra é a erva fresca e verde que cobre os dentes do pântano. A palavra é poeira nos olhos e olhos furados. A palavra não mostra. A palavra disfarça. Daí que seja urgente mondar as palavras para que a sementeira se mude em seara. Daí as palavras sejam instrumento de morte – ou de salvação. Daí que a palavra só valha o que valer o silêncio do ato. Há também o silêncio. O silêncio, por definição, é o que não se ouve. O silêncio escuta, examina, observa, pesa e analisa. O silêncio é fecundo. O silêncio é a terra negra e fértil, o húmus do ser, a melodia calada sob a luz solar. Caem sobre ele as palavras. Todas as palavras. As palavras boas e as más. O trigo e o joio. Mas só o trigo dá pão”
José Saramago
Deste mundo e do outro

terça-feira, dezembro 18, 2018

terça-feira, dezembro 11, 2018

Os OLHOS 



"O tempo tem razões que os relógios desconhecem, para o tempo não existem o antes e o depois, para o tempo só existe o agora ."
José Saramago 
Último Caderno de Lanzarote