sexta-feira, novembro 27, 2009

#MAIS UM CASO...#

Mais uma vítima do papel comercial (títulos de crédito de curto prazo) colocado pelo Banco Português de Negócios (BPN) como sendo um depósito a prazo. Isabel Freitas, desempregada (da Qimonda), com 36 anos, decidiu fazer greve de fome em frente ao balcão onde tem conta, na Avenida da Boavista, no Porto, e de onde partiu um telefonema, no ano passado, que a levou a aplicar as suas poupanças (50 mil euros) num depósito a um ano, que afinal era papel comercial.
Até ao Verão passado, Isabel Freitas diz não se ter preocupado muito com as notícias sobre a nacionalização do BPN, porque toda a gente lhe dizia que os depósitos a prazo estavam garantidos. Em Agosto, e dada a redução do salário que sofreu por motivo de lay-off, pediu ao banco para lhe colocar o dinheiro do depósito, que vencia nesse mês, na conta à ordem. E só aí foi informada de que “o dinheiro não estava no banco, tinha sido emprestado a uma empresa chamada SLN Valor”, e que esta só estava a pagar 10 por cento do valor aplicado.
Diz sentir uma imensa revolta. “Ninguém quer saber de nós. Há muitas noites que não durmo bem e decidi avançar para a greve de fome.” Fome e frio, porque afirmava ter a intenção de permanecer a noite na rua, numa tenda que comprou para o efeito. Medo? Só de pessoas com fato e gravata. Rosa Soares/Jornal Público

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