Digo-te adeus todos os dias e em qualquer lado. Não preciso das pedras esculpidas do cemitério para saber que partiste, nem de uma luz a bruxulear na noite para me lembrar da tua ausência. Ainda assim, de vez em quando, e sempre no dia em que se lembram os mortos, deixo-te um beijo na sepultura. Para o ano, já que nos roubaram o feriado como nos roubaram e roubam tantas outras coisas, não sei se lá poderei ir, dizer-te olá e até logo olhando a tua fotografia a preto a branco. Ficas com o meu beijo no vento, nas folhas das árvores, nas ondas do mar. Algum deles te há-de alcançar.
Patricia Carvalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário