quinta-feira, fevereiro 14, 2013
# O Dia Dos Namorados é Todos os Dias #
É afinal isto, o amor: um risco de luz na imaginação de quem o vê. Olhas e não está lá. Não vês nada. Só uma lâmpada, um corisco, o efémero brilho de um pirilampo — lampejo no breu dos dias. Se, como o fotógrafo capaz de alterar as velocidade de obturação e de manejar as aberturas do diafragma, fores capaz de mover as misteriosas alavancas do mundo da câmara escura, então talvez possas vê-lo fulgurar, pulsando como uma coisa viva, real, quase palpável, e acreditar nele, viver para ele, festejá-lo quando te dizem para festejá-lo e nos outros dias todos também.
É afinal isto, o amor: este coração desenhado a luz — um engano. O coração é uma víscera como as outras, um músculo que faz o sangue transitar por ti, como a seiva numa árvore ou os carros na estrada circular que rodeia as cidades grandes. O amor, se existe, está todo na cabeça: de quem o vê; de quem o quer.
Manuel Jorge Marmelo
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