quinta-feira, janeiro 28, 2010

terça-feira, janeiro 19, 2010

PORTO POSITIVO /NEGATIVO Cinema sem Paraíso

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#PP_CINEMA_06

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Na cidade “onde nasceu um dia a sétima arte em Portugal”, pela mão de Aurélio Paz dos Reis, é cada vez mais estranho falar-se de Cinema. E já que falamos nisso, importa referir que estamos como é lógico a falar do Porto, a urbe que outrora possuiu, à laia de exemplo, o cineclube mais dinâmico do país e cujo número de associados fidelizados nunca augoraria o estatuto presente de pré-moribundo a que chegou. Urge fazer algo, pois na verdade há ainda pessoas que o defendem com estoicismo e para cúmulo são visadas no seu bom-nome em plena praça pública. A propósito disso, convém relembrar que ainda recentemente alguns, em nome de uma associação criada à pressa, e em nome de supostas boas intenções, não conseguiram disfarçar a cobiça pelo património da instituição e se propuseram reabilitá-lo, angariando para o efeito as credenciais de gente insuspeita nesta matéria! Estaremos enganados ou atentos? Isso será outra película...

Das salas tradicionais sobejam apenas alguns néons simbólicos. A era do chulé de pipoca dos centros comerciais desritualizou a ida ao cinema, aquele dos filmes que víamos até ao intervalo e discutíamos expectantes a segunda parte no bar, provando um café de saco e conferindo uma assertiva tricadela num toblerone. Sim, esse mesmo, o cinema do Águia D’Ouro (são memoráveis as filas para o blockbuster indiano da época: “ O Passado Inesquecível”), do Batalha, do Olímpia, onde os tirones janotas de Domingo ansiavam pela matiné do engate, nem mais nem menos do que uma garina para trocar uns cuspes e até tinham a ousadia de nem saber se o filme era a cores! E depois veio a “classe conforto”, tal e qual o alfa-pendular, dos cinemas de “segunda geração”, alguns já mais deslocalizados da Baixa: Charlot, Foco, Pedro Cem, Passos Manuel, Lumiére e Nun’ Álvares, sendo que este é o único da lista em que já se vê luz no fundo do projector. Será exemplo único ou múltiplo? Talvez valha a pena acreditar que lá virá o tempo em que alguns dos espaços sobreviventes e não reconvertidos façam a travessia até à altura em que volte a ser moda, uma espécie de ritual vintage, ir à Baixa do Porto ver cinema. Até lá, contentemo-nos com o Fantasporto.

João Fernando Arezes

segunda-feira, janeiro 18, 2010

# DEUS...#

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"Querendo Deus tudo irá correr bem, Deus não haveria de gostar de saber que nós acreditamos que as coisas correm mal porque ele não quis que elas corressem bem, São maneiras de dizer, ouvimo-las e repetimos-las, sem pensar, dizemos Deus queira, só as palavras, provavelmente ninguém é capaz de representar na sua cabeça Deus e a vontade de Deus,vai ter de me perdoar esta petulância, quem sou eu para falar assim, É como viver, nascemos , vemos os outros a viverem, pomo-nos a viver também, a imitá-los, sem sabermos porquê nem para quê,"

O Ano da Morte de Ricardo Reis
José Saramago