quinta-feira, novembro 23, 2006

# Encontrar #

"Todo o sistema, por mais rígido que seja,tem algures uma brecha
pela qual se pode penetrar.Muitas vezes o amor consiste em encontrar
essas brechas."
As Amantes Elfriede Jelinik

# Mesmo Aqui ao Lado... #


O provisório que se eterniza. Campanhã, Porto. Carrinhas-dormitório-muro. Atrás delas, fumegam barracas atarracadas, espreitam imagens de santos, resistem mulheres roliças, homens magros, crianças que causam espanto na escola por não terem piolhos. Dentro das barracas atarracadas, tomam-se banhos de bacia azul. Diz-se que se quer casa digna. Há mais de 20 anos que estas vozes traduzem estes dizeres. Quem as ouve? Lá fora, entre amontoados de desperdícios e dejectos, correm as crianças. Perto delas, cães farejam o entulho. Pertencem a todos sem pertencer a quem quer que seja. Como a responsabilidade do realojamento...

Ana Cristina Pereira









PORTO 2006

SEC.XXI

quarta-feira, novembro 22, 2006

# CULTIVAR... #





















































Suor, areia e dor

Não é Lisboa que amanhece, como no bem conhecido tema de Sérgio Godinho. É, antes, o Mindelo, em Cabo Verde. E anoitece. Diante do mar da Laginha, em plena baía da morna ilha de S. Vicente, o culto do corpo não difere muito do que se pratica em outras latitudes. A religião é a mesma e, se novidade existe, ela reside apenas no templo onde os fiéis exercitam os rituais da sua fé. Em vez das salas fechadas de um ginásio, o ar limpo e largo de uma praia. Em vez de confortáveis aparelhos – almofadados, cromados, impecavelmente oleados –, autênticas esculturas de ferro e maresia erigidas ao improviso e à imaginação de um povo que, embora pobre, não deixa de cuidar do próprio corpo. Bíceps, tríceps, abdominais, glúteos, deltóides, trapézios, peitorais, adutores, gémeos, extensores e rectos, nenhum músculo escapa ao afã da vaidade. Suor, areia e dor – eis a dieta que os fiéis se impõem, rigorosa como uma lei inescapável. E um e dois, e um e dois. Só de olhar já se sente a fadiga, o esforço. No fim do dia, quando, enfim, a noite cai, os corpos, como na tal canção, hão-de ir cansados para casa.

Jorge Marmelo

terça-feira, novembro 07, 2006

# BASTIDOR MÀGICO #
































# Grupo de teatro CRINABEL que representaram A METAMORFOSE de KAFKA no teatro Helena Sá Costa.#

" AQUI HÁ MUITA VERDADE,PUREZA E SENTIMENTO... AINDA BEM QUE EXISTEM PESSOAS QUE FAZEM ACREDITAR QUE VALE A PENA VIVER."

sábado, novembro 04, 2006