O frio não a incomoda. Acredita que as estrelas são mais poderosas do que o sol e que o sangue é vermelho por alguma razão. Com um sorriso, diz aos amigos que o tempo é uma invenção criada pelos homens para regular os relógios pelos tempos que nunca existiram. O frio não é um estado de espírito, não tem a veleidade de lhe conduzir os dias. Só o corpo ressente-se da temperatura porque a alma não se verga às temperaturas. Nem a chuva a faz resmungar. Acredita que os bancos de jardim existem por alguma razão. Que as árvores se riem quando as folhas são calcadas. Que os diálogos são importantes mesmo quando não se fala. O Outono acabou – ouviu na paragem do autocarro. Sim, é verdade. Isso importa? Será que as conversas se adaptam às condições climáticas? As estrelas, acredita, são fortes. Têm personalidade quando a noite cai. Seja Outono, seja Inverno. SARA DIAS OLIVEIRA
domingo, novembro 18, 2007
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Um comentário:
Dás mais razões à minha incondicional preferência pelo Outono. Uma belíssima melancolia contemplativa, o que quer que isso seja.
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